O
Trem Dos Pensamentos. Ou
controlamos os nossos pensamentos ou somos controlados por eles. Temos que ter
bem clara a natureza dos pensamentos, já que eles não param! Sendo assim, é
melhor buscarmos conhecê-los do que lutarmos contra eles.
O
pensamento está na mente e a mente possui a capacidade de observar a si mesma. Através
dessa observação, conseguimos perceber que existem três naturezas de pensamentos que nos conduzem à: Levar-nos para o passado ou o futuro; Repetirmos o que já sabemos; Levar-nos
imediatamente para emoções e experiências. Além disso, um segundo desafio é o
encadeamento desses pensamentos. Um pensamento leva a outro, e mais outro, e
mais outro, e rapidamente criam-se imagens, emoções, e memórias saem das
gavetas da mente. Em poucos segundos, construímos uma realidade inteira que
facilmente nos toma e direciona nossas ações apenas com pensamentos.
Aprender
a conduzir os pensamentos é de fundamental importância para nos “protegermos”; proteger
o corpo (mantendo-o saudavelmente livre de estados constantes de estresse),
proteger nossas relações (mantendo-nos no domínio de nossas emoções), proteger
nossa própria mente (mantendo nossos pensamentos claros para que possamos
enxergar as coisas ao nosso redor exatamente como são e não como as
interpretamos), enfim , para estarmos plenos naquilo que estamos fazendo nesta Vida.
A
dualidade da mente é criada por ela mesma quando separa sujeito e objeto. A
mente emocional tanto como a mente intelectual dependem do objeto, e é porque
nos identificamos com o corpo como o “eu” agente da ação (um objeto), que temos a mente como o instrumento dessa ação. Sentir ou Entender é importante, são
ferramentas, mas não nos levam a reconhecer esse Eu que é livre do objeto.
A
natureza da mente é ser agitada, e essa agitação é natural. É através dela que
produzimos as ações. Se não houvesse essa agitação, nada seria feito! O
importante é poder saber que essa mente agitada é uma projeção, e não o nosso verdadeiro Eu. Portanto, desejar a calmaria
constante da mente é ilusão, pois sendo a mente um instrumento, em calmaria total, ela não realizaria nada. Precisamos é
comandar este instrumento!
Conforme
consta dos versos 2.33 e 2.34 do segundo
capítulo do *Yoga Sῡtras de Pataňjali,
“Quando um pensamento na forma de obstáculo aparece, deve-se trazer o
pensamento oposto. Pensamentos do tipo que ofendem podem ser permitidos a serem executados; eles são precedidos
por cobiça, raiva, confusão mental. Podem ser pequenos, médios e intensos e
seus resultados são sofrimento e ignorância infindáveis. O que pode ser feito é
trazer os pensamentos contrários”. Já
nos versos 3.9 a 3.12 do terceiro capítulo do mesmo texto, podemos observar
como é a transformação que a mente passa até alcançar os estados meditativos mais
profundos da mente (samādhi). “Quando
as tendências manifestas tornam-se invisíveis e as tendências sob controle
tornam-se visíveis, há uma permanência da mente no momento do controle, chamada
de nirodha pariṇāma. Das tendências
que foram trabalhadas nasce um fluxo de tranquilidade da mente. Quando há o
desaparecimento da dispersão e o aparecimento da concentração mental, há o samādhi pariṇāma. Depois disso,
novamente, quando as percepções da mente que aparecem e sossegam tornam-se
equilibradas, há o ekāgratā pariṇāma
(é a quietude constante, não há alternância).
Frequentemente dizemos que queremos promover mudanças em nossas vidas, mas só é possível mudar de verdade quando nosso pensamento muda. Muitas vezes, quando experimentamos a mudança vivenciamos uma profunda sensação de alívio, e é então que nos damos conta de quanto estávamos aprisionados pela nossa maneira de pensar.
Tudo
isso nos interessa saber para fortalecermos nossos propósitos e a crença de que
há meios para encontrarmos o equilíbrio e a harmonia. As técnicas de meditação
são um ótimo remédio para exercitarmos o controle dos pensamentos; como
exemplo, podemos imaginar os pensamentos como um trem e decidirmos não entrar
nos vagões desse trem, observando-os passar sem se deixar levar por eles.
Podemos focar no espaço entre os vagões desse trem. Ou mesmo, observar os
vagões do trem, mas focar em alguma sensação física, como a respiração ou as batidas
do coração. Essas simples ações vão nos levando ao sagrado momento presente!
Deixa o trem passar...
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